sexta-feira, 29 de outubro de 2010

(literally) Out of myself

Se perguntarem por mim,
digam que estou fora de mim,
não basta dizer que não estou bem,
não vale a pena dizer que ignorei,
estou fora,
noutra dimensão,
desliguei:
o mundo cá fora para mim é um eco distante
que não é,
nem de perto, nem de longe,
perfurante,
talvez irritante.
Não,
não estou a ignorar,
só estou a deixar,
por breves momentos,
de ouvir a confusão do momento
e entrar num sossego reconfortante
como uma melodia suave
que me envolve no seu manto
e me tapa o mundo em redor.
Se estou fora de mim
vais-me ver assim:
olhos apáticos
boca fechada
com a cabeça no lugar
mas a mente a flutuar.
Parece loucura?
Pois parece,
mas assim acontece,
não me podem censurar,
não tenho culpa,
assim sou,
não sei como mudar....

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Uma chapada da realidade

De um momento para o outro caí-se na realidade
começa a surgir um ímpeto tentador
de deixar tudo para trás
deixar para trás a dor,
depois ouço aquela música
que me lembra daquele passado
em que a realidade era outra
e os tempos eram outros,
tudo era outra coisa
diferente do que é agora.
E lembro-me de tudo,
um flashback assombra-me,
não o quero ver,
mas ele continua a passar à frente dos meus olhos...
PARA! Não quer parar!
(vou mudar a música...)
(...)
Parou
Mas as coisas não param de mudar,
não têm um botão de pausa
(Às vezes preferia que tivessem...)
A vida muda,
caímos em nós e acordamos para a realidade
que não é boa,
nada do que nos impingem nos dias de hoje é bom,
não há finais felizes
já não há heróis
D.Sebastião tarda a vir,
e ninguém faz nada para parar isto.
Parar o tempo, era só o que eu pedia
por um dia
para poder consertar as coisas,
mas o tempo não para,
ninguém o comanda
embora quisessem...
Crise,
Défice,
Saudades,
Distância,
Amor,
Finais felizes,
Paz,
Guerra,
Apocalipse,
Tudo passa na minha cabeça
um slideshow interminável
mas a vida é mais que isso,
pelo menos tento acreditar nisso,
uma utopia talvez,
mas espero que não.
(Desejo que não...)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Distância

Distância,
Uma palavra tão simples
e no entanto complexa.
As coisas que eram importantes
deixam de o ser
pouco a pouco
leva-as a maré,
o vento,
a história começa de novo,
como se fosse "in medias res".
Novas prioridades
impostas por novos objectivos,
novas cidades,
caras novas que parecemos ter visto
algures noutro lugar
mas que em nada se assemelham
àquelas que antes víamos...
A solidão
é uma constante
Desistir torna-se uma tentação
mas é preciso dizer não,
arregaçar as mangas,
pensar que será mais fácil
apesar de nunca realmente o ser,
mas tem que ser assim,
de outra maneira
seremos sempre os mesmos,
sempre inúteis corpos sem alma
vagueando nas entranhas desta cidade.
As caras tão próximas,
cada vez mais longe,
é necessário ver novas caras!
Procurar abrigo em porto estrangeiro
mas seguro.
Se é difícil?
Claro que é difícil,
mas "o sofrimento é passageiro
e desistir é para sempre" .

sábado, 2 de outubro de 2010

Vida de Caloira

Caloira,
faça fila!
Caloira,
de quatro, já!
Agora de três!
Cabeça no chão!
Levanta os pés!
Caloira,
põe-te de dois,
tira o sapato,
troca-o com o teu colega,
sobe à árvore,
canta o "Amarelo",
agora o "Vamos Acordar"
e agora corre a cantar!
Caloirada,
tudo de prancha!
Rápido!
Um,
raiz de dois,
dois,
Nepper,
três,
quatro,
Tudo de dois novamente,
façam equipas,
vamos jogar bowling,
melhor, ao assalto ao castelo!
Caloira,
Abraça o teu colega,
Caloirada,
estão a ouvir?
Sim senhor doutor!
Avé excelentíssimo e dignissimo dux
quorum praxis te salut!
Caloiros,
a hierarquia, já!
Besta,
Caloiro,
Cão,
Pastrano...
Parem!
Tudo sentado!
Amanhã vamos às caves,
depois a festa do caloiro
e depois, quem sabe,
o baconal!
Mas têm que merecer!!

Vida de caloira é assim...